Nos dias 6 e 7 de junho de 2025, a cidade de Ponta Porã-MS foi palco do Festival Etnocultural e Fronteira Criativa, evento que promoveu a valorização das expressões culturais da fronteira sul-mato-grossense, por meio de uma ampla programação artística e de diálogos sobre desenvolvimento regional, diversidade cultural e políticas públicas.

A Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) integrou a programação acadêmica do festival, representada pelo professor e pesquisador Paulo César Antonini de Souza, do Programa de Pós-Graduação em Artes (PPGARTES), curso de Mestrado Profissional em Artes em Rede Nacional (ProfArtes) e coordenador do Núcleo de Investigação de Fenomenologia em Arte (NINFA/UFMS).

Antonini participou da mesa-redonda “Diálogo Cultural: Ponta Porã Território de Integração Cultural”, realizada no Auditório da Prefeitura Municipal, ao lado de:

• Matheus Vinícius Fernandes, professor de teatro e docente da UEMS;

• Vinicius Andre da Silva Appolari, artista visual e professor do IFMS – Câmpus Ponta Porã;

• Luciana Azambuja Roca, advogada e Superintendente de Economia Criativa da SETESC/MS;

• John Caetano, professor, músico e produtor cultural.

John Caetano; Luciana Azambuja; Paulo Antonini, Vinícius Appolari; Matheus Fernandes.

A mesa promoveu um debate sobre a cultura como força articuladora do território, abordando experiências de formação, produção e mediação cultural nas cidades de fronteira.

Em sua fala, o professor Paulo Antonini compartilhou experiências e os primeiros desdobramentos de sua pesquisa, Uma paleta do popular: opinião, sistematização e gestão nos fenômenos artísticos, destacando a centralidade das ações coletivas organizadas por mulheres e o protagonismo feminino na constituição desses territórios de criação. Sua investigação tem como foco as feiras culturais e as manifestações de arte popular em espaços públicos, compreendidas como plataformas vivas de aprendizagem, convivência e produção simbólica. Entre as iniciativas mencionadas, destacam-se a Feira da Praça da Bolívia, a Feira Mixturô, a Feira do Bosque da Paz, a Feira Ziriguidum, o Sarau de Segunda e o projeto Balaio Cultural, além de outros cinco eventos correlatos que vêm sendo acompanhados com o propósito de compreender suas formas de organização e os modos como afirmam a economia criativa, a gastronomia afetiva e as produções de artistas populares em diálogo com o cotidiano.

A fala, além de projetar a pós-graduação em Artes na UFMS, também refletiu sobre o papel das licenciaturas em artes e dos programas de iniciação científica (PIBIC) e trabalhos de conclusão de curso (TCC) como dispositivos formativos sensíveis ao contexto e comprometidos com a escuta dos territórios. Antonini defendeu a importância de políticas públicas gestadas por e para pessoas, atentas às realidades vividas, às condições materiais e aos vínculos afetivos que sustentam as expressões culturais no cotidiano.

Feira Fronteira Criativa – Ponta Porã/MS

Além da mesa-redonda, o professor Paulo Antonini também acompanhou a edição especial da Feira Fronteira Criativa, realizada regularmente na Praça Pedro Manvailler e, na ocasião, integrada à programação do Festival. Promovendo encontros entre arte, economia criativa e tradição local, a Feira Fronteira Criativa reúne expositores de artesanato, moda autoral e gastronomia, além de promover atrações culturais que contribuem para o fortalecimento da cultura fronteiriça e para a ocupação sensível dos espaços públicos.

A presença da UFMS no evento contou com o apoio institucional da Diretoria de Cultura, Arte e Popularização da Ciência, da Direção do Câmpus da UFMS em Ponta Porã e com a articulação de Éder Rubens, representante municipal de Cultura da cidade, que acompanhou e fortaleceu a programação cultural e acadêmica do festival.

O Festival Etnocultural dos Ervais é uma iniciativa que articula instituições de ensino superior, organizações culturais e órgãos públicos, tendo como objetivo o fortalecimento da identidade do Território dos Ervais e a valorização das múltiplas culturas que compõem a região. A participação da UFMS reafirma o compromisso da universidade com os processos de escuta, troca e coprodução de conhecimento nos territórios que compõem o Cone Sul de Mato Grosso do Sul.